segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Nota sobre a agressão do "#MobilizarParaSolucionar: Em defesa da UFRB"



 O coletivo #ParalisarParaMobilizarUFRB até o presente momento não se posicionou publicamente acerca do grupo de estudantes contrários as deliberações tiradas na Assembleia Geral dos Discentes realizada do dia 01 de setembro de 2011, e também a acerca dos atos perpetrados por esse mesmo movimento. Isso por razão de prezarmos pela livre expressão e garantimos desde a abertura de uma Assembleia Geral (espaço de posicionamento legítimo de tod@s @s estudantes) o diálogo, seguido de plenárias e espaços de discussão. Além desse movimento de estudantes contra a paralização, a Reitoria a todo momento lançou mão de boicotes e criminalização ao nosso Movimento #ParalisarParaMobilizarUFRB. 

No momento em que fomos brutalmente silenciad@s a voz contra surgiu.

No interim da operacionalização do que foi votado e decidido em Assembleia Geral, sofremos retaliações concretas e políticas por parte da Administração Central desta Universidade que não se resumiu ao âmbito institucional. A mesma teve um posicionamento de não publicar as Notas Oficiais do Movimento alegando que assim como os discentes, a categoria dos servidores não tem também um espaço no Site Oficial da Universidade. Paralelo a isso, a Reitoria a todo o momento emitia Notas no Site da UFRB incentivando os estudantes contra a paralisação das aulas, notificando que a Reitoria quer a todo tempo que se reiniciem as aulas e as atividades administrativas da UFRB. Não pouco, fomos vetados de nos posicionar nas redes sociais e nas mídias online através do corte explícito da internet pública que se compreende ao espaço físico da UFRB. Mais uma vez, a reitoria tentou nos calar.
No último dia 22/09, quarta-feira, na qual estava marcada o ato público do grupo Estudantes em defesa da UFRB, contrários ao nosso Movimento, algumas presenças foram marcantes, bem como os discursos e formulações proferidas em uma ‘assembleia’ na frente do Pavilhão de Aulas 1 (PV1), em Cruz das Almas.

O grupo, supostamente organizado, contava com presenças de professores, a presença excepcional da esposa do vice-reitor Silvio Soglia (professora concursada da UFRB Maria Conceição Oliveira Soglia) e de servid@s técnico-administrativ@s. Não apenas apoiando o grupo, como também o incitando com discursos de volta as aulas. Sem pensar na responsabilidade das reverberações desse impulsionamento. Desta reunião informal, pois não pode ser caracterizada enquanto assembleia, saiu uma formulação por um grupo mínimo dentre @s quinze estudantes deste grupo de quebrar os cadeados dos Pavilhões de Aulas I e II.

Nós estávamos lá. Presentes no espaço, tentando, mais uma vez estabelecer diálogo. A formulação tirada pelos componentes do grupo Estudantes em defesa da UFRB, foi a incitada pelos presentes que apoiam o retorno das aulas, inconsequentemente.

Após esse espaço, no dia 23/09, fom@s agredid@s: neste dia por volta de onze e meia da noite, companheir@s emboscados por pessoas integrantes deste grupo que se reivindica Movimento Estudantil, presente no ato do dia anterior, quebraram os cadeados de acesso aos pavilhões e tentaram agredir @s nossos companheiros com ameaças de morte e um tiro foi disparado contra os companheir@s. Nossa reação imediata: formar grupos de defesa e proteger o prédio da reitoria que está sobre nossa gestão.

Duas foram as configurações mais graves desta noite: tentativa de homicídio (disparos no sentido de alvejar dois companheiros) e a presença do pró-reitor de Políticas afirmativas e Assistência Estudantil. O mesmo, só possuía uma palavra no seu vocabulário: lastimável. Dia seguinte, com reunião do Consuni marcada e dois pedidos de reintegração de posse em pauta, a reunião foi dissolvida, desrespeitando o próprio regimento da UFRB.

Devemos colocar também, que não reconhecemos este grupo enquanto coletivo ou movimento estudantil. Por uma questão de construção histórica dos movimentos sociais a que muito respeitamos: não há programa político de ação ou um programa qualquer. Não se trata de um grupo digno de respeito e respaldo. As colocações contra o método da Assembleia Geral e o que conjunturalmente formulamos, são pífias. Não são ironias, ou sarcasmos. É uma falta de argumento em um posicionamento ridicularista (tanto na tentativa de nós atingir, quanto atingindo a si mesmos). Cada ato de solidariedade aos métodos desse grupo, coloca-os em uma posição de legitimidade, os respalda.

O movimento estudantil não se configura enquanto ondas de revoltas. É um movimento que tem sua pauta na sua realidade mais imediata: a educação. Disputa-se um projeto político de sociedade e um modelo de educação. Somamos forças nacionalmente, localmente, somos policlassistas e divergimos em determinados momentos. Apontamos nossas ações com seriedade e balizamento das consequências concretas e políticas. Somos sujeitos históricos (tod@s). Disputamos hoje na UFRB não um bem que fique aos que aqui estão, mas aos que virão.

É necessária, minimamente, uma reflexão crítica sobre quais forças políticas apoiamos, seja pela ausência, pela presença, pelo dito ou pelo não dito. O conceito de alienação se aplica.

Nós entendemos que os erros nesta agressão não foram apenas de quem os praticou. Assim, como não é tão só erro da Polícia quando vai à favela sabendo @s pretos que devem matar. É uma ação do Estado, da mídia hegemônica, calcados, respaldados e direcionados pela burguesia nacional. A responsabilidade destes atos é da reitoria e de seu corpo atuante dentro da classe estudantil. Quando não tinha coragem para bancar as retaliações mais diretas ou de exigir a reintegração de posse, usou de todos os mecanismos que dispunha. Nos envergonhamos de ter que sentar pra negociar com tais figuras que criminalizam, marginalizam e ofendem diretamente a classe estudantil.

Nenhum comentário: